2018
O ano de 2018 foi o primeiro a ter tema anual, ou seja, a programação da Galeria do ano de 2018 foi pensada totalmente através de uma temática pré-definida. E, a Galeria não poderia ter escolhido um tema melhor: empatia. Todos e todas da Galeria Experimental acreditam que, num mundo tão caótico, empatia é fundamental. Para nós, empatia é revolucionária, transformadora e essencial. Por conta disso, a Galeria convidou a todos e todas a experimentar olhar o mundo de forma empática; a experenciar a empatia por meio de suas exposições pensadas, mais do que nunca, através da empatia.
Apatia, Imersão e Empatia
Imersão foi a exposição de lançamento do tema anual da Galeria realizada entre 19 de maio a 7 de junho de 2018. A exposição contou com três intervenções em três etapas: Apatia; Imersão; e Empatia. Apatia contou com a divulgação da palavra e seu respectivo significado, tendo como objetivo o questionamento do público ao deparar-se com uma palavra não muito conhecida, mas com o significado familiar, fazendo com que reconhecessem ações do cotidiano de cada um em uma palavra. A intervenção Imersão foi um convite a que todos e todas percorressem o processo estético que os levou da apatia, que parece nos imobilizar diante dos acontecimentos do mundo, ao tema gerador anual da Galeria Experimental. Imersão foi constituída com tragédias publicadas em jornais e sites jornalísticos penduradas à altura dos olhos, com o intuito de fazer com que ninguém pudesse escapar das notícias e, no meio de tantas notícias trágicas, havia a pergunta “o que mais te causa indignação no mundo de hoje?”. Após a parede em que havia a pergunta encher de problemas respondidos pelos(as) visitantes, foi realizada a intervenção de lançamento do tema anual. Com isso, foi colocada a palavra “empatia” em cima de todas as respostas dos problemas a partir de uma pintura com stencil e, ao meio, onde havia a pergunta, foi pendurado o globo terrestre físico, de cabeça para baixo. A intenção foi fazer o público refletir e, principalmente, (re)lembrar que a empatia é revolucionária. Não quer dizer que seja a salvação de todos os problemas do mundo, mas pode ajudar – e muito.
Entreolhares
Entreolhares foi uma exposição conjunta das artistas Pâmela Marconatto Marques, apresentando "As donas do orvalho: retratos da delicadeza no Haiti", e Tânia Meinerz, apresentando "Vidas deslocadas". Entreolhares aconteceu entre 19 de junho a 12 de julho de 2018 e foi uma proposta da Galeria Experimental para exercitarmos a reciprocidade e empatia, expondo fotografias das artistas sobre deslocados(as), imigrantes e refugiados(as). A Empatia pode estar em pequenos gestos, a partir de um entreolhar. Acreditamos que ao entreolhar empático deveria seguir-se um entresorriso, uma entreconversa, um entretoque; um entregesto de afeto que demonstre que um(a) percebe e importa-se com o(a) outro(a). Afinal, para entreolhar é preciso sair da invisibilidade e isso só acontece quando alguém nos percebe. Para haver empatia é preciso entreolhar. A exposição aconteceu em parceria com a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) e a ASAV (Associação Antônio Vieira) e contou com a realização, também, de uma roda de conversa sobre refúgio e deslocamento forçado. Fotos: Setor de Comunicação IFSul Câmpus Sapucaia do Sul.
Um Dia de Cada Vez
A experienciação Um Dia de Cada Vez foi um convite a uma experiência que nos levou a pensar ou repensar nossa relação com o “tempo”, onde a sua composição aconteceu no mesmo ritmo que o próprio nome já diz, um pouco de cada vez. A exposição, realizada entre 12 de setembro a 10 de outubro de 2018, contou com a participação dos artistas Moacir Becker, Edu Zuchi, Marcelo Pax e da artista Ingrid Vanmalli. A partir do primeiro elemento inserido no espaço da Galeria, a obra “O Tempo e a Vida” de Moacir Becker, foi possível fazer com que o público, a cada dia que passasse, percebesse mais um outro novo elemento. Depois da obra de Moacir, foi a vez do grafite do Pax, o qual ocupou uma parede inteira nos fazendo ficar horas e horas observando cada elemento colorido em sua arte. Após o Paz, numa ação promovida pela equipe da Galeria, foi convidado o(a) participante a compartilhar o que o(a) alegra e soprar o que o(a) faz mal, na Geringonça Soprador, realizada pela nossa equipe e pela equipe de manutenção do Câmpus. Por fim, a partir da obras da artista Ingrid Vanmalli, foi criado, também pela equipe do espaço, a Rede dos Sonhos, que tem o intuito de te fazer relembrar um sonho, ou criar um novo, e amarrar ele, bem forte, pra não nos deixar cair nesse mundo monótono, tedioso ou até mesmo caótico. Fotos: Lisandra Steffen e Setor de Comunicação IFSul Câmpus Sapucaia do Sul.
Matéria Mágica, Máquina Viva, Corpo Plástico
A exposição Matéria Mágica, Máquina Viva, Corpo Plástico, realizada entre 29 de outubro a 08 de novembro de 2018, foi resultante do trabalho da artista Carolina Marostica, natural de Porto Alegre/RS, proposta pela professora de Artes do IFSul Câmpus Sapucaia do Sul Taila idzi e apoio técnico de montagem de Nelson Azevedo. A exposição foi fruto de um trabalho investigativo da artista que é o de pensar um material a princípio comum aos alunos(as) e professores do curso Técnico em Plásticos do Câmpus, como as borras e as purgas, sob a óptica das artes visuais. Muitas das borras e purgas são usadas como exemplo para mostrar aos estudantes os erros passíveis de serem cometidos no uso das máquinas extrusoras ou injetoras. A produção que foi trazida à exposição foi fruto de um trabalho que teve a colaboração dos professores do curso Técnico em Plásticos João Antônio Pinto de Oliveira e Carmen Calcanho, que apresentaram suas pesquisas com polímeros e cederam espaço para a artista fazer alguns experimentos, bem como de um processo de coleta de borras e purgas que durou quase doze meses. Convidar Carolina Marostica para colocar esses objetos sob outras lentes é também dar visibilidade à beleza do que para alguns pode ser um erro e do potencial do erro como descoberta do novo. Segundo à artista: “Ao trazer formas “desordenadas” oriundas de maquinas, penso que podemos repensar as diferenças entre os mundos natural e cultural que a tradição ocidental opõe. Existe vida nas máquinas? São nossos corpos tão distintos da tecnologia que nos circunda?”. Fotos: Lisandra Steffen.
SoulArtista.
A exposição coletiva Soulartista. aconteceu entre 19 a 24 de novembro de 2018 e trouxe para exporem os 13 jovens artistas destaques do III Encontro de Arte, Cultura e Cidadania. Foram 13 artistas: Alexandre Hennemann, Alexsander Hennemann, Bianca Porciúncula, Bruna Barros, Gustavo Cardoso, Lauany Machado, Lisandra Steffen, Lorena Bendati, Muriel Alves, Ryel Nunes, Samuel Kamohara, Samuel Wolf e Victoria Cazarim, selecionados por voto popular e júri técnico. Cada um assumiu um espaço expositivo e trabalhou na sua própria curadoria. A escolha das obras foram deles, a expografia foram deles, o nome de cada coletânea foram deles, a escolha da playlist foram deles, os textos foram escritos por eles, os áudios para acessibilidade foram deles... a ideia era dar a eles e elas essa experiência de produção expográfica de sua própria arte. Eles são diferentes, têm idades diferentes, fazem cursos diferentes, fundamental, técnico, e superior em arte; guris, gurias, tudo no mesmo espaço, cada um no seu nicho expográfico. Teve gente que pintava Naruto, bailarina, retrato, auto-retrato; teve obra feita com tinta, com lápis, e com planta. Teve obra em papel, em tela e em runas. Uma experiência incrível para descobrirem mais sobre o que esta juventude tem na cabeça... e na ALMA. Soul é alma em inglês, a ideia do nome foi essa, muitos nomes, muitas almas: artistas, e ponto. Que essa experiência tenha ajudado esses jovens a assumirem o que a alma pulsa: foram e são artistas! Que depois de terem mostrado publicamente para tanta gente sua arte, reconheçam-se como tal. Que assumam sua soul de artista, e digam para si e para o mundo: soul artista. Fotos: Lisandra Steffen.
Nadismo
A terceira versão de Nadismo retomou o grafite que o artista Marcelo Pax fez para a exposição Um Dia de Cada Vez, mas com o espaço totalmente reconfigurado, o que também resultou uma nova versão para a arte de Pax. A exposição, que aconteceu entre 30 de novembro a 15 de dezembro de 2018, desta vez trouxe um ambiente neon, fazendo, assim, com o que grafite do Pax ressaltasse no espaço por ele ter usado em sua composição tinta fluorescente. O espaço, ainda com redes de descanso e almofadas, fez com que o público aproveitasse o Nadismo ao som de ondas de oceanos. Fotos: Lisandra Steffen.